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ALERTA CAOS: Os 4 vetores que vão derrubar a receita do Agronegócio nos próximos 24 meses

Nesta semana tive a honra de participar de um painel no Congresso “Raízes da Inovação, promovido pela FUNDEPAG – Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio, em Campinas.


Na minha apresentação convidei a plateia a um exercício:

..."para enxergar esse novo mundo, eu quero usar com vocês as quatro lentes do Mundo CAOS, quatro maneiras de olhar o futuro quando tudo está mudando rápido demais e ao mesmo tempo."

🔎Visão cientifica,

🔎Visão criativa,

🔎Visão organizacional e,

🔎Visão social.


Abaixo meus insights sobre o tema que espero, sinceramente, contribuía para um amadurecimento sobre o uso da IA, que ultrapasse o hype atual e produza iniciativas mais efetivas para o agronegócio brasileiro e para toda sociedade.


Prezado(a) Líder do Agronegócio,


A sua lavoura não é mais apenas um campo de cultivo; é um Ecossistema completo de dados, tecnologia, clima e reputação.


Por décadas, o Brasil se consolidou como uma potência agrícola inquestionável, operando sob a lógica da maximização de commodities e da eficiência produtiva. Contudo, no Mundo CAOS, essa lógica está em colapso.

💡O desafio de hoje não é mais produzir mais. É produzir com inteligência, regeneração e propósito.

Como criador do conceito Mundo CAOS, reafirmo a pergunta crucial que ecoa nos boards mais estratégicos: 

“O que falta para o Brasil deixar de ser potência agrícola e se tornar potência em inteligência agrícola?”

A resposta está nos quatro vetores de colapso que, nos próximos 24 meses, decidirão se sua operação fará a transição para a Era Regenerativa ou se sucumbirá à obsolescência.


💡C. CONTRADIÇÕES EXTREMAS: O paradoxo da colheita

Temos um dos maiores agroecossistemas do planeta… e um dos menores ecossistemas de dados estruturados para IA agrícola

Contradição (C) é a força que paralisa o agribusiness ao forçá-lo a escolher entre o lucro imediato e a viabilidade de longo prazo.


A IA do campo não é a IA das cidades. Não basta treinar modelos urbanos para entender solo vivo, clima imprevisível, pragas, manejo, microbiologia, geoespacialidade, fenologia


Três vetores de contradição que derrubarão a receita:


1. O Paradoxo da Escala Produtiva vs. A Exigência Regenerativa


  • O Colapso: O modelo de lucro exige maximizar a produção por hectare (escala) utilizando insumos intensivos. Ao mesmo tempo, o mercado de capitais, o consumidor global e a legislação de carbono exigem a Agricultura Regenerativa (saúde do solo, biodiversidade, baixo carbono). Tentar otimizar o modelo antigo enquanto se adia o investimento na transição regenerativa é um esforço financeiro e operacional que se anula.


  • A Ruptura: A receita será estrangulada pelo custo de compliance e pela perda de market share premium. O produtor que não provar rastreabilidade e sustentabilidade autêntica (fugindo do greenwashing) perderá acesso a trades e linhas de crédito que já estão priorizando o ESG-de-verdade, transformando a escala em risco sistêmico.


2. O Paradoxo do insumo importado vs. A soberania de dados e tecnologia


  • O Colapso: O Agro brasileiro é altamente dependente de insumos (fertilizantes, químicos) e tecnologias (softwares de gestão, maquinário) importados, atrelando o custo operacional à volatilidade geopolítica e cambial. Paralelamente, a inteligência dos dados gerados na lavoura é processada e armazenada fora do país, criando uma contradição extrema de soberania.


  • A Ruptura: A receita é ameaçada pelo esgotamento financeiro em momentos de crise geopolítica (escassez de insumos) e pela vulnerabilidade de dados (perda de insights estratégicos). O futuro exige a construção da IA Estratégica Brasileira, tecnologia desenvolvida e treinada aqui, que garanta o rigor científico e a inteligência para otimizar a lavoura e não a dependência.


💡A. ANSIEDADE COLETIVA: A paralisia do gestor rural

A Ansiedade Coletiva (A) no Agronegócio manifesta-se no medo de perder a colheita por eventos climáticos extremos e na exaustão gerada pela necessidade de ser, ao mesmo tempo, agrônomo, gestor de TI, economista e líder social.


Três vetores de ansiedade que derrubarão a receita:


1. O Burnout da Liderança de campo (foco no curto prazo)


  • O Colapso: A ansiedade da gestão é dominada pela imprevisibilidade climática, pela oscilação de preços e pela pressão constante do custeio. Isso gera um Burnout Estratégico que impede o líder de alocar tempo e capital para o pensamento de longo prazo, como o desenvolvimento de cultivares adaptadas ou a implementação de sistemas de irrigação inteligentes.


  • A Ruptura: A receita é comprometida pela incapacidade de resiliência. A ansiedade coletiva força a gestão a tomar decisões hiper-reativas e não preditivas. A fazenda que não utiliza Digital Twins (Gêmeos Digitais) e Prospecção Estratégica de Futuros para testar cenários climáticos e de mercado opera no modo reativo, perdendo a vantagem competitiva para quem planeja com 3, 5 e 10 anos de antecedência.


2. A Ansiedade do capital e a falta de curadoria financeira


  • O Colapso: O Agronegócio lida com a ansiedade da tomada de crédito em ciclos de juros altos e com a burocracia do financiamento (saturação regulatória). Muitos gestores continuam focando apenas no custeio da safra e não na curadoria financeira estratégica (otimização de capital, uso de fintechs agritech, ou busca por capital paciente para inovação regenerativa).


  • A Ruptura: O modelo de receita é estrangulado pela ineficiência de capital. A empresa rural perde a oportunidade de acessar novos mercados de títulos verdes (green bonds) ou de negociar futuros com base em certificação ESG, ficando presa ao ciclo financeiro tradicional de alta volatilidade.


💡O. OBSOLESCÊNCIA ACELERADA: O fim do modelo operacional isolado

A lente da Obsolescência Acelerada (O) no Agro atinge não apenas o maquinário, mas a própria estrutura organizacional e de governança.


Três vetores de obsolescência acelerada que derrubarão a receita:


1. Obsolescência do especialista solitário


  • O Colapso: O Agronegócio ainda valoriza excessivamente o especialista de nicho (o agrônomo focado apenas em pragas, o gestor focado apenas em commodities) e resiste ao profissional Nexialista (que conecta o clima, o solo, a IA, o mercado financeiro e a reputação). O conhecimento adquirido no passado se torna ineficaz para projetar a realidade futura.


  • A Ruptura: A receita é impactada pela falha sistêmica. Os problemas complexos do Mundo CAOS (ex: uso de biodefensivos e a certificação da cadeia) exigem que o líder seja um integrador de saberes. A falta de governança colaborativa e o foco exclusivo no especialista impedem a criação de soluções sistêmicas e end-to-end.


2. Obsolescência da prática extrativista


  • O Colapso: O modelo de produção que foca na maximização da extração de nutrientes do solo, sem focar na sua recuperação e manejo biológico, está obsoleto. As práticas que levam à compactação e esgotamento da terra representam um passivo de risco (O) que será precificado no futuro.


  • A Ruptura: O custo de reposição e remediação do solo explode, tornando o produto final não competitivo. A sobrevivência da receita está ligada à Transformação Regenerativa, uma mudança de mentalidade que vê o solo como um ativo vivo e de longo prazo, e não apenas como um insumo.


💡S. SATURAÇÃO E ESCASSEZ: O choque de recursos

A lente S do Mundo CAOS combina a crise de escassez de recursos vitais (água, terras não degradadas, talentos com visão de futuro) com a saturação de regulamentações, dados não estruturados e concorrência global.


Três vetores de saturação e escassez que derrubarão a receita:


1. Escassez hídrica e de solo vs. Saturação Regulatório (risco operacional)


  • O Colapso: A crise climática torna a água o recurso mais escasso e, consequentemente, mais caro. Ao mesmo tempo, o setor enfrenta uma saturação de novas regulamentações ambientais e sociais que exigem comprovação de eficiência no uso destes recursos.


  • A Ruptura: A receita linear, que trata recursos como infinitos, será economicamente inviável. As empresas rurais que não investirem em Inteligência Estratégica Digital para otimizar o uso hídrico (agricultura de precisão) e em Transformação Regenerativa (captação de carbono no solo) sofrerão penalidades, multas e terão seu produto barrado em mercados internacionais rigorosos.


2. Escassez de talentos Nexialistas vs. saturação de dados brutos


  • O Colapso: O campo gera uma saturação inédita de Big Data (sensores, drones, satélites). No entanto, há uma escassez crítica de talentos (o Nexialista) que sabe transformar esse caos de dados brutos em Inteligência Acionável para a tomada de decisão.


  • A Ruptura: A receita é perdida pela paralisia analítica. O dado valioso não é usado para prever pragas, otimizar insumos ou negociar futuros. O capital é desperdiçado em softwares caros, mas sem a capacidade humana (Nexialista) de conectá-los ao impacto real na colheita e no lucro.


O Mundo CAOS para o Agronegócio é o terreno real onde a verdadeira inovação, mais humana, mais conectada e muito mais corajosa, precisa nascer.

O futuro do Agro brasileiro não será importado. Ele será cultivado, treinado e regenerado aqui, e por nós.

🌐 Sobre o autor

Paulo Kendzerski é um dos pioneiros da transformação digital no Brasil, com mais de 30 anos dedicados à inovação, à educação empreendedora e ao desenvolvimento sustentável dos negócios.


Presidente do Instituto da Transformação Digital (ITD), da I&T School e da INI – Incubadora de Negócios Inovadores & Impacto Socioambiental, lidera programas voltados à formação de empreendedores de impacto, realiza mentoria para negócios inovadores e C-LEVEL e promove avaliação de maturidade digital e humana em organizações de todos os portes e segmentos.


Reconhecido como um profissional nexialista, Paulo constrói pontes entre mundos distintos, conecta pessoas, empresas, universidades, governos e comunidades, transformando diversidade em convergência.


Seu talento está em ligar pontos que normalmente não se encontram, criando ecossistemas colaborativos capazes de gerar inovação, inclusão e impacto sustentável.


Nos últimos anos, intensificou sua atuação em iniciativas que integram bioeconomia, tecnologia e educação, como o Hackatagro, que envolve estudantes de escolas técnicas agrícolas no desenvolvimento de soluções sustentáveis, e o Digital Transformation Awards, premiação internacional que celebra pessoas e organizações que inovam com propósito.


Mais do que um líder, Paulo é um educador de mentalidades, alguém que inspira novas formas de pensar, aprender e agir. Sua trajetória é guiada pela visão das três inteligências da era regenerativa:


💡Inteligência Social: o despertar individual para escolhas conscientes.

💡Inteligência Coletiva: a força da colaboração entre pessoas e organizações.

💡Inteligência Digital: o uso da tecnologia como meio de regeneração, e não de exploração.


Segue meus contatos diretos:


📱 whats: +55 51 99789-0961


Obrigado por fazer parte dessa jornada comigo!

Será um prazer compartilhar ideias e explorar sinergias.


Um grande abraço,

Paulo Kendzerski

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